Em Marília (SP), manifestantes se reúnem pelo Fora Bolsonaro e contra a carestia de vida

Rafael Tavares Dias
3 min readJul 15, 2021

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Opinião| Pequena reportagem sobre o ato de 13/07/21 que aconteceu em Marília. Na esteira de outras manifestações fora Bolsonaro que tem pipocado em cidades e capitais de todo o País. Na caso marilience, foi adcionado a pauta do tarifa zero. Outro fator local, que não é tão específico assim, foi que esta data foi construída quase que inteiramente por setores autônomos, enquanto que setores governistas/institucionalizados optaram por não ocupar as ruas com o povo. Além disso, apesar do ato tem concetrado cerca de 50 pessoas, tivera um potêncial combativo interessante de ser explorado, característica esta que costuma ser inibida quando os setores governistas somam-se na construção. Minha avaliação é de que a construção fragmentada desta luta de datas nacionais é negativa, pois, em termos quantitativos, com menos militantes cosntruíndo, menor o alcance do ato. Por outro lado, neste dia 13J, os setores autônomos da cidade souberam contornar a sua pouca expressão númerica com uma alta organização de base — com lugar especial para democracia direta, na qual foi promovido plenárias deliberativas sobre a manifestação antes de seu início e após seu encerramento. Um saldo positivo para a experiência combativa na cidade e para formação de novos quadros (majoritariamente, jovens).

Texto publicado|Nesta terça-feira (13), manifestantes se reuniram na região central da cidade de Marília, ao lado do terminal urbano da cidade. Suas reivindicações giravam em torno do movimento Fora Bolsonaro que levou centenas de milhares às ruas neste dois últimos meses em todo país, para protestar contra a política de morte perpetrada pelo Estado, sob governo de Jair Bolsonaro (sem partido), durante a pandemia. Além disso, a manifestação trazia a questão da carestia de vida, em especial, o aumento da tarifa do ônibus circular do município.

Os manifestantes denunciam que o terminal, mesmo em pandemia, segue lotado de trabalhadores todos os dias durante o horário de pico. Afirmam que os setores políticos do município não estão preocupados com o combate a pandemia do novo coronavírus, uma vez que é evidente que ônibus viajam abarrotados de trabalhadores impossibilitados de cumprir o isolamento social. Outro fator que chama atenção é o total de óbitos por Covid-19 na cidade: somam 856 óbitos registrados, uma quantidade bastante expressiva dado o total de habitantes na cidade.

O prefeito de Marília, Alonso (PSDB), em negociação com as empresas privadas contratadas para o serviço de transporte urbano da cidade permitiu o aumento da tarifa para R$4,50, um valor maior do que é cobrado na capital do Estado de SP. As empresas oferecem atualmente apenas 23 linhas de ônibus. Neste contexto, não foi anunciada publicamente nenhuma exigência de contrapartida às empresas.

A manifestação percorreu algumas das principais ruas do centro da cidade, realizando um discurso em frente ao terminal urbano e seguindo o trajeto com destino à prefeitura. A manifestação entre gritos de “Fora Bolsonaro Genocida” e “Busão lotado também é genocídio” caminhou pacificamente até seu encerramento. Após o fim da marcha, foi realizada uma pequena reunião aberta com a população que participou do ato com o objetivo de construir uma nova manifestação com as mesmas reivindicações na data de 24 de julho. Estas datas convergem com as deliberações de manifestações em todo país e a população de Marília soma-se à agitação nacional.

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